sábado, 24 de março de 2007

Paulo Pisco : Voto electrónico por Internet


O Partido Socialista nega terminantemente que esteja representado por algum candidato ou dirigente na experiência de voto electrónico por Internet (como foi referido num comunicado da Agência Lusa) prevista para se realizar amanhã, dia 10, na Embaixada de Portugal em Paris, não só porque discorda totalmente do momento e das circunstâncias em que é feita, como porque está a ser motivo de um aproveitamento político indecoroso por parte do PSD.

O Partido Socialista reitera a sua posição de considerar que esta experiência confunde os eleitores da emigração e constitui uma situação equívoca que vai levar muitos eleitores a deixarem de votar a sério por pensarem que já votaram ao terem-no feito a brincar. Por isso, reitera o seu apelo à suspensão imediata desta experiência que só pode contribuir para a confusão e a abstenção.

Convém recordar que o mesmo universo de 150 mil eleitores que está a receber uma carta para votar a sério, está também na mesma altura a receber uma carta para participar no voto electrónico, havendo o sério risco de muitos eleitores deixarem de votar por pensarem já o ter feito, além de deixar muitos confusos por não possuírem computador, não obstante ser-lhes pedido que votem. Com efeito, o voto por Internet não é fiável nem assegura a igualdade de oportunidades entre eleitores e não é a mesma coisa fazer a experiência quando o voto é presencial em Portugal e quando o voto é feito por correspondência para o resto do mundo onde há portugueses.

O Partido Socialista condena também aquilo que, ao mesmo tempo, é uma manobra de campanha eleitoral, já que o actual secretário de Estado das Comunidades, Carlos Gonçalves, também cabeça de lista do PSD pelo círculo da Europa, anunciou que estará presente na qualidade de candidato, o que é uma situação muito duvidosa, na medida em que a própria Secretaria de Estado das Comunidades é parceira neste projecto juntamente com a UMIC.

O PS reitera a sua defesa do voto electrónico, mas efectuado de forma presencial nos consulados e fiscalizado por representantes dos partidos.


Por Paulo Pisco
Director do Departamento de Comunidades do PS


Lisboa 10 de Fevereiro de 2005


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