sábado, 24 de março de 2007

Folha Federal : Editorial


Caro(a) Camarada,

I Cumpre saudar o esforço de todos dispensado aquando das últimas eleições do novo Presidente da República Portuguesa. A Esquerda apresentou-se ao escrutínio, dispersa por várias candidaturas, e o Partido Socialista contava dois pretendentes oriundos das suas hostes. Mario Soares, figura política venerável aquém e além fronteiras, porém provado pela longa carreira pública e pelos altos cargos que tão idoneamente exerceu, foi oficialmente indigitado pelas instâncias orgânicas superiores do Partido. Manuel Alegre, consagrado poeta, militante anti-fascista da primeira hora, recebeu o apoio duma crescente franja de socialistas.

Por certo, os Orgãos do Partido não lograram auscultar pertinentemente a opinião popular. Todavia o maior dano advindo deste estado de coisas foi a confusão gerada nas mentes dos eleitores e a consequência quão perniciosa da presidência da República ter sido entregue a um cidadão, eivado de ideais reacionários, ao serviço dos mais beneficiados do sistema ; o qual minora o interesse que lhe merece a justiça social, a reabilitação dos excluidos, o bem-estar dos mais humildes.

Cara esta lição, convém aproveitá-la, para futuro.


II Respeitante à vida interna do Partido, sabemos que as eleições dos Orgãos federativos e nacionais aproximam-se. O Congresso Nacional realizar-se-á, nos princípios do próximo Outono. O congresso da Federação de França não tem ainda data marcada. Cremos no entanto que as modalidades de desencadeamento do mesmo sejam aceleradas. Seria oportuno que decorresse em Junho deste ano.

Relativamente à nossa Federação, cabe-me informar-te da demissão do Presidente da Federação, Manuel Almeida, ocorrida em 26 de Fevereiro de 2006, perante membros do Secretariado federal (o texto da carta, segue junto).

Apesar de possíveis deficiências de funcionamento institucional, inerentes a condicionalismos vários, convém focar que o posicionamento dum quadro dirigente requere-se esclarecido quanto às situações de indole politica e quanto às estratégias seleccionadas, generoso no acolhimento de todos e cada um dos militantes, a despeito das divergências supervenientes tão frutuosas como inevitáveis. O camarada Manuel Almeida revelou-se durante os largos anos que presidiu a Federação PSP de França, frontal nas suas relações com as instâncias orgânicas em Lisboa, intransigente no desempenho cabal do seu cargo. Primou pela modulação do trato, contudo pautado pelas exigências do rigor, consoante a importância dos problemas em presença.

O rastreio clarividente dos acontecimentos e o desenrolar teimoso dos factos vindouros abonará por certo os projectos por ele (e por cada socialista) almejados. Dos defeitos intercorrentes ou de incúrias menores, o futuro assumirá o cômputo, com peso e pedida.

Em nome do Secretariado da Federação PSP de França, consentâneo com as numerosas devas de militantes, reconhecidos agradecimentos a Manuel Almeida e augúrios de militância sustentada !


Por Manuel dos Santos Jorge
Secretário Federal para a Organização

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